Conheça os principais frutos do Projeto Maceió Mais Inclusiva
Construção civil, siderurgia, plástico e cerâmica, papel e até agropecuária: a concha do sururu pode ser reutilizada como matéria-prima em todos esses segmentos. Ela é rica em carbonato de cálcio e outros elementos, como magnésio e fósforo. E é a partir de todo esse potencial que o projeto Maceió Mais Inclusiva atua. Foi idealizado para diminuir as desigualdades na periferia da capital alagoana, ao implementar a dinâmica de uma economia sustentável e melhorar a qualidade de vida nesses locais. Como a população da Comunidade do Vergel vive, principalmente, em torno da cadeia tradicional da pesca de peixes e moluscos, a alternativa escolhida foi a prática da Socioeconomia Circular, na Lagoa do Mundaú, utilizando a concha do Sururu (Mytella Falcata) como matéria-prima.
A partir do reaproveitamento dessas conchas, o projeto aplica os preceitos da Socioeconomia Circular como ferramenta para fomentar novos modelos inclusivos de gerar renda coletiva, em conjunto com a comunidade. As conchas do sururu, que seriam descartadas, passaram a ser utilizadas na criação de produtos que beneficiam economicamente a população local.
Construção e artesanato
A pesca do sururu gera mais de 200 toneladas de conchas por mês na Comunidade do Vergel. Essa matéria-prima era vista como lixo, mas hoje representa diversas possibilidades. Um exemplo é a utilização do material na produção de itens do universo da construção, da decoração e da arquitetura. A casca do Sururu já se transformou em cobogó, revestimento acrílico texturizado, arandelas e até móveis estofados.
Futuro da comunidade
Depois da pesca, despinicagem, trituragem e lavagem, as cascas do sururu serão comercializadas por meio da Empresa Social, fundada pelo projeto para os parceiros que acreditam no potencial do material. Esse método de distribuição garante que 100% do lucro gerado sobre a matéria prima gerada no Vergel seja destinado a projetos que envolvam a comunidade.
E para garantir que os frutos da iniciativa permaneçam na comunidade, e fomentem a capacitação dos habitantes locais para que possam assumir a gestão do processo de desenvolvimento e fortalecimento das organizações comunitárias, o projeto viabiliza, ainda, a criação de uma Moeda Social. Ela vai viabilizar a dinâmica de transformação e sustentabilidade territorial. A intenção não é substituir a moeda vigente, mas desenvolver os aspectos sociais positivos, fomentando vínculos entre produtores, compradores e consumidores, reafirmando a identidade local.
O projeto Maceió + Inclusiva
O Maceió Mais Inclusiva busca diminuir as desigualdades na periferia de Maceió e melhorar a qualidade de vida da população dedicada às cadeias mais tradicionais da economia local – como a pesca de peixes e moluscos. Implementado desde 2017, a iniciativa utiliza a Socioeconomia Circular como ferramenta para fomentar novos modelos inclusivos e gerar alternativas de renda em conjunto com a comunidade. Na Comunidade do Vergel, a alternativa utilizada foi o reaproveitamento das conchas do sururu na criação de produtos que beneficiam economicamente a comunidade e que, ao mesmo tempo, reduzem a pressão sobre os recursos naturais na pesca do molusco.
Esta é uma iniciativa conjunta realizada pelo BIDLab e pela Prefeitura de Maceió, em parceria com a Braskem, Sebrae Alagoas, Desenvolve – Agência de Fomento de Alagoas e a Universidad Politécnica de Madrid, implementado pelo IABS – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade, com parceiros como o Agente Transforma, Ibratin, Portobello e Pointer.